sábado, 1 de junho de 2013

O Esgotamento do Trabalho e a Violência na Hipermodernidade

O "desemprego" e a "violência" são, sem dúvida, os problemas mais  explícitos da hipermodernidade. Há mesmo uma importante relação entre ambos. Na batalha do mercado de trabalho são os jovens que representam as primeiras baixas, do Oriente ao Ocidente, de Norte à Sul o percentual da mão-de-obra juvenil desempregada é sempre estrondoso. São as baixas do Capital em sua fase moderna de acumulação por espoliação, em que a força motriz humana não produz, em massa, valor para a produção capitalista. Em poucas palavras, nosso tempo é de esgotamento do sacrossanto trabalho moderno e a violência presente nos grandes centros urbanos, grosso modo, resulta da falta de perspectiva laboral num mundo moderno em que o "trabalho" ainda representa a própria integridade moral do sujeito. 
A condição de "desempregado" na modernidade sempre representou a marginalização do corpo. Há um desejo forte em nós de servir ao capital, de produzir mais-valia, que marca - ideologicamente - a própria história da exploração capitalista. Entretanto, caminhamos para um mundo em que o capital não necessita das forças vivas do proletariado. De acordo com Viviane Forrester: 

"Vivemos em meio a um engodo magistral, um mundo DESAPARECIDO que teimamos em não reconhecer como tal e que certas políticas artificiais pretendem perpetuar. Milhões de destinos são destruídos, aniquilados por esse anacronismo causado por estratagemas renitentes, destinados a apresentar como imperecível nosso sagrado tabu: o trabalho". 


Nosso contexto é de esgotamento da própria estrutura de dominação capitalista, ou seja, o trabalho moderno. Sem o trabalho, sem a perspectiva de ser explorado, instala-se uma anomalia social.  Efetivamente, pela primeira vez na história moderna as promessas de igualdade, liberdade e fraternidade nunca estiveram no limite político de serem - verdadeiramente - cumpridas, do contrário a violência será a única realidade do mundo. 


2 comentários: