quinta-feira, 30 de maio de 2013

Micro-Ensaios da Guerra Pura: a resistência política na hipermodernidade


O conceito de "micro-ensaio" devo ao meu amigo e historiador Ricardo Fitz, quando lhe mostrei um breve texto escrito por mim na página do facebook, logo me sugeriu apurar no estilo. Particularmente tenho uma nostalgia pelo estilo "ensaio" que dominava os intelectuais até os anos 50 do século XX. Contudo, vivemos numa outra temporalidade, numa modernidade que tritura a vida social e o próprio pensamento, assim o ensaio somente se faz profundo, na contemporaneidade, quando na superfície cultural assume o corpo de micro-narrativa. Espero contemplar meus leitores.
Qual é a razão de "Micro-Ensaios da Guerra Pura" ? A ideia é de esboçar pequenos ensaios acerca de nosso contexto imediato, o conceito de "guerra pura" inspirado em Paul Virilio corresponde à percepção crítica da crescente militarização posta em nosso cotidiano. O uso de armamento militar [de guerra] por civis, as câmeras de vigilância, a insegurança total, as telas [de todos os tamanhos] que cativam nosso olhar, o poder destruidor do capital e a incerteza social que antes pairava apenas no campo de batalha corroboram a existência de uma guerra esvaziada ideologicamente de sentido militar, mas - absolutamente - transbordada de belicosidade. A "guerra pura" é a guerra que se faz - ordinariamente - num clima de aparência de paz.
Para finalizar, "a resistência política na hipermodernidade" posta-se como tomada de posição política em tempos de esgotamento da própria política. As mídias e a publicidade deslocaram o debate político do espaço público para as máquinas de visão; o que vem provocando o esbatimento da política em benefício da espetacularização da opinião publicitária. Sendo assim, penso que a resistência no interior das próprias telas -  no ecrã - mostra-se como perspectiva de luta política possível - embora muito frágil. 

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